A vida dos atletas durante a quarentena: entrevista com dois campeões brasileiros

Como as diferentes áreas da sociedade têm sido impactadas durante os últimos meses? Durante o mês de maio, teremos conteúdos especiais na editoria ‘Papo de Especialista’, para falar sobre a realidade de diferentes profissionais durante a quarentena.

Nessa primeira edição, contamos com a presença de dois atletas apoiados pela Organex que representam nosso país em diferentes modalidades: Mary Ortega, da Natação e Aleir, do Jiu Jitsu.

Boa leitura!

1. Vamos voltar no início da pandemia… Como você avalia a reação do segmento esportivo quando os primeiros casos foram relatados? Pessoalmente, o que você imaginava que aconteceria?

Mary: No meio esportivo foi bem conturbado, tanto para os clubes quanto para os atletas.  Trabalhamos com o nosso corpo, saúde sempre foi nosso maior objetivo , porém no alto rendimento, temos uma escala de intensidade de treinamento que alguns não conseguem atingir apenas com exercícios de manutenção em casa. Eu não imaginava que aconteceria tudo isso, é um fato inédito, uma fase turva onde as informação acabam não sendo verídicas.

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Aleir: No início, foi um grande o impacto para todos os esportes saber que o isolamento seria o melhor a se fazer. Particularmente, achava que seria rápido e passageiro, mas, infelizmente, não é a realidade.

2. A partir de qual o momento a rotina de treinos foi afetada? E o cenário de competições?

Mary: Acho que na terceira semana, a rotina de treinos já começou a impactar. No meu caso, a parte de natação sem dúvidas foi a mais afetada. O calendário 2020 não está 100% confirmado, mas já temos provas para julho, agosto e setembro marcadas. Estou confiante para realizá-las.

Aleir: Os treinos começaram a ser afetados diretamente no início da quarentena, quando todas academias foram fechadas.

3. Quais estratégias você adotou para manter o treinamento físico em dia? E sobre a parte mental, quais foram seus principais desafios e as principais saídas encontradas?

Mary: Talvez essa seja a pergunta mas ilustrativa da atual realidade que um atleta vive. Graças a Deus, minha família, meu coach Cláudio Morgado, meus patrocinadores e apoiadores, e ao Laboratório de Performance Humana, tenho sido amparada em todos os sentidos.

Conto com uma estrutura com bicicleta de potência e esteira, por isso consigo me manter bem condicionada, alinhando tudo com meu treinador.

O lado psicológico faz parte do cenário atual. Em meio ao caos, precisamos evoluir e a transformação só acontece em situações de progresso cultural, ou seja, temos que passar por essa prova de fogo e vencer. Durante os 18 anos que vivi como atleta de natação, estive a maior parte do tempo sozinha e longe da família, passei por diversas situações difíceis, mas tudo serviu para a minha evolução

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Aleir: É muito ruim ficar sem os treinos de competição e pilates, além de saber que todos os campeonatos estão suspensos ou adiados. A partir da segunda semana, retomei as atividades físicas dentro de casa e também em caminhadas de rua, com o uso de máscara.

Na minha visão, ter um bom rendimento nessas condições exige muita dedicação, principalmente por ser um treino individual. Eu espero voltar logo para a academia, porque o clima de competição entre colegas de treino é diferente. Ninguém quer perder.

4. Houve uma união entre os atletas de diferentes localidades e até de diferentes modalidades? Como o trabalho em equipe foi realizado nesse tempo?

Mary: Na verdade, tivemos uma aproximação de atletas através das redes socias.

A comunicação também tem me ajudado muito, eu e meu Coach Morgado nos falamos até duas vezes no dia. A equipe da LPH também esteve presente com o professor Gabriel Espinosa, nutricionista Cris Perroni e o Dr Fabrício.

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Aleir: Hoje temos grupos nas redes sociais que permitem trocarmos ideias e recebermos dicas de treino. Dentro da equipe, temos professores que passam dicas importantes.

5. Sobre as provas, existe alguma expectativa de retorno? Como você visualiza que isso acontecerá?

Mary:  Sinceramente, o calendário de provas é algo incerto. Acredito sim em provas para depois julho, mas se tiver antes estarei treinando firme para representar a MorgadoTri, LPH e a Organex de todas as formas.

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Aleir: As expectativas são grandes para o retorno aos treinos e competições, mas infelizmente ainda não temos previsões. O Campeonato Brasileiro pela CBJJE era pra ter acontecido em abril e, provavelmente, assim que tudo se normalizar, será o primeiro.

6. Qual a sua visão sobre o pós pandemia na vida em sociedade?

Mary: Minha visão é de processo evolutivo dos seres. A humanidade precisa enxergar uma nova era, um novo começo e progredir nas atitudes positivas, principalmente, ao se colocar no lugar do próximo com compaixão!

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Aleir: Acho que pós pandemia vai ficar muito aprendizado e lições na vida de todos.

Em primeiro lugar, o aprendizado e a questão de reforçar hábitos de higiene pessoal, como o uso de álcool gel e outros produtos. Segundo,  acredito que vamos dar mais valor em estar junto de pessoas que gostamos, como familiares e amigos. Em terceiro, reconhecer a importância de profissionais de saúde, em geral.

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